A criação de habitação numa zona de expansão urbana permite questionar os modelos vigentes do habitar e propor novas soluções com menos restrições formais, uma vez que o universo onde esta se implanta está também a ser construído. Este pressuposto não afasta a responsabilidade de dar resposta aos problemas constantes resultantes da natureza humana e do universo artificial por este criado para “viver melhor”.

A configuração e orientação do lote condicionou fortemente o desenho da casa, tendo sido o principal desafio o de maximizar as áreas úteis da casa, através de espaços abertos e luminosos. 

O piso térreo dissimula uma entrada lateral, a nascente protegida e assinalada pela diferença de material na fachada, usando-se para esse efeito a madeira. Pela colocação da entrada a Nascente ganha-se privacidade e exposição solar das áreas interiores, pois abrem-se vãos a Sul. O piso térreo aloja três funções públicas (sala de estar, sala de jantar, cozinha) num espaço tendencialmente cíclico e comunicante.

Uma escada de tiro permite o acesso às funções privadas resguardadas no piso superior.

Os dois quartos a Sul usufruem da melhor exposição solar/vistas do conjunto, enquanto que a suite se distribui por todo o alçado norte abrindo para poente através da casa de banho e para nascente através da varanda. Esta varanda pretende resguardar o quarto de uma futura construção vizinha. Um corredor divide transversalmente o fogo no sentido nascente/poente no qual se suporta a escada.